As doenças que envolvem a próstata são cada vez mais comuns, visto que costumam aparecer com o avançar da idade. Com o aumento da expectativa de vida, elas se tornaram mais prevalentes, e os números tendem a aumentar cada vez mais!
Dentre estas enfermidades, destaca-se o temido câncer de próstata, que atualmente, é a neoplasia mais comum em homens. Também, é o terceiro câncer que mais mata.
Mas, a idade avançada não é o único fator determinante da doença. Existem outros fatores envolvidos, a exemplo de:
- Hereditariedade: se você possui um caso de câncer de próstata na família, seja de pai, avô, ou bisavô, é importante estar atento à doença. Quanto maior o parentesco com o afetado, maiores são as chances.
- Negros: alguns estudos trazem a relação entre doença e etnia. Neste caso, os maiores afetados seriam os homens negros.
- Dieta: alguns alimentos são considerados protetores para o câncer, a exemplo de tomate e cenoura. Portanto, o não consumo destes pode expor o indivíduo aos “erros genéticos” que causam o tumor.
- Vícios: o tabagismo e o etilismo destacam-se nos maus hábitos de vida que provocam cânceres, e no caso da neoplasia de próstata não é diferente.
Todos estes fatores e hábitos de vida contribuem para o desenvolvimento da doença, principalmente se existentes em conjunto. Sendo assim, a prevenção é sempre a melhor saída!
Como é feito o diagnóstico?
Recomenda-se que o rastreamento seja feito a partir dos 50 anos. Como o câncer de próstata se desenvolve lentamente, torna-se possível diagnosticar a doença em estágios iniciais, e assim, a chance de cura é drasticamente maior.
Conheça os dois principais exames disponíveis:
- Toque retal
O exame pode ser feito pelo urologista, e preferencialmente, todos os anos. Consiste em um exame físico, altamente confiável, já que além de notar alterações no tamanho do órgão, o médico percebe que a consistência do mesmo está alterada.
Quando houver dúvidas, poderão ser solicitados outros exames, para então encaminhar o paciente para uma biópsia (que seria o exame fundamental para fechamento diagnóstico).
- PSA
Se trata de outro exame implantado na prevenção, com o objetivo de detectar precocemente a doença: o PSA. Traduzido como antígeno prostático específico, funciona como marcador tumoral, que em níveis aumentados, pode indicar a doença. É importante ressaltar que, PSA aumentado não significa, necessariamente, câncer de próstata.
O ideal é que sejam sempre acompanhados os valores ao longo do tempo, e não isoladamente. Além disso, é essencial que seja avaliado conjuntamente com o toque retal, explicado anteriormente.
Mas afinal, quanto pode dar o seu PSA? Conheça o que significa cada um destes valores:
- Valores abaixo de 2,5 ng/mL: consistem em baixos valores, e na maior parte dos casos, excluem o diagnóstico de câncer.
- Valores entre 2,5 e 10 ng/mL: não afirmam com certeza que o indivíduo está com câncer de próstata. Porém, encontrar-se nessa faixa, indica 25% de chance de estar com a doença, e a biópsia se faz necessária nestes casos.
- Valores acima de 10 ng/mL: elevam a chance da doença para 50%, e se tratam de casos que requerem a investigação imediata.
- Valores acima de 20 ng/mL: apesar de aparecerem raramente, merecem atenção especial, pois elevam drasticamente a chance de um diagnóstico de câncer.
Mas, muito cuidado! Este exame possui uma baixa especificidade, e como já visto, valores aumentados não são sinônimos da doença. Um dos motivos, é que existem diversos fatores na realização do exame, que podem interferir neste resultado (na maioria dos casos, aumentando os valores):
- Atividades físicas excessivas nas últimas 48h;
- Atividades sexuais nos dias anteriores ao exame;
- Manipulação da região retal;
- Passeios de bicicleta ou a cavalo;
- Constipação e/ou eliminação de fezes endurecidas.
Portanto, antes de tirar qualquer conclusão, discuta o caso com seu médico e exponha todas as suas dúvidas.
- Biópsia
Só será feita quando os dois exames anteriores derem grandes indícios da presença da doença, e assim, realiza-se a biópsia para dar o diagnóstico final.
Ela geralmente é feita por agulha, e guiada através da ultrassonografia transretal. O conteúdo aspirado é enviado a patologia, onde passará por uma análise – que será detalhada a seguir!
Como o câncer é classificado?
Depois de realizada a biópsia, será o médico patologista o capacitado para analisar e avaliar os tecidos da próstata do indivíduo. Na tentativa de padronizar e melhor classificar os achados desta doença, criou-se a escala de Gleason.
Esta escala consiste em duas etapas, em que médico que analisa as lâminas dos tecidos obtidos na biópsia, microscopicamente. São elas:
- Grau primário: seria a observação da maior parte do tumor – isto é, mais de 50% do tecido retirado e preparado histologicamente.
- Grau secundário: corresponde a minoria do tecido, mas também é relevante para o conhecimento de células anormais e outras alterações possíveis.
Cada grau recebe uma classificação de 1 a 5. Basicamente, cada um destes significaria:
- Grau 1: próstata muito semelhante ao tecido normal.
- Grau 2: semelhante a normalidade, porém, há aumento na quantidade de tecido.
- Grau 3: as glândulas responsáveis pela secreção do líquido prostático ainda são visíveis, mas um pouco alteradas. Observa-se também, que elas estão invadindo tecidos e células com funções diferentes da de secreção.
- Grau 4: o tecido está pouco reconhecível, e há invasão de estruturas vizinhas.
- Grau 5: tecido irreconhecível.
Depois disso, será feita a soma dos dois níveis, e finalmente, classifica-se a doença em escores – que variam de 2 a 10. Seria interpretado, mais ou menos da seguinte forma:
- Escore 2 a 5: seria um paciente com tecido da próstata muito semelhante ao normal, ou ainda, com pouquíssimas alterações. Não é considerado câncer atualmente
- Escore 6: seria um estado intermediário, marcado pela presença de invasões celulares e outros indícios de neoplasia. Este escore de Gleason seria o primeiro considerado câncer.
- Escore 10: se trataria de uma próstata praticamente irreconhecível, com padrão anormal de células. Caracteriza um estágio grave da doença.
Mas, para maiores esclarecimentos, é essencial que haja uma conversa com o médico responsável! Assim, será decidida a melhor a forma de tratamento e necessidade/possibilidade de cirurgia.